Como o rap francês recuperou o logotipo “Parental Advisory”, a ponto de esgotá-lo

Por Julien Bouisset
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O grupo de rap de Marselha IAM em 1994 e NTM (Kool Shen e JoeyStarr), em 1992. GEORGES GOBET/AFP; ROUSSIER/SIPA
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Série Na década de 1990, o rap francês transformou o logotipo "Parental Advisory" em um emblema provocativo. Nascido nos Estados Unidos para alertar contra conteúdo explícito em músicas, tornou-se, na França, uma ferramenta de marketing e um símbolo de rebeldia para toda uma geração.
Para ir mais longe
É preciso imaginar os primórdios do rap francês na década de 1990. Microfones eram improvisados nos porões de Saint-Denis, samplers herdados de seus primos que haviam retornado do Bronx. As letras, sob essa revolução urbana, tornaram-se "afiadas como uma lâmina, pontiagudas como uma faca". Um jovem periférico, cansado de ser perseguido pelas autoridades e caricaturado pela mídia, então subiu ao palco para expressar, em meias palavras, uma raiva latente e contida. NTM, IAM, Ministère AMER e Assassin correram para as ondas de rádio gratuitas que lhes eram oferecidas. Eles se estabeleceram em gravadoras e dispararam seus versos contra um Estado percebido como hostil. Tão radical quanto seu primo americano, seu rap, no entanto, nunca foi adornado com com o selo "Conteúdo Explícito de Aviso aos Pais". Na França, esse logotipo não tem o mesmo peso legal que do outro lado do Atlântico. Não é imposto nem regulamentado, mas flutua no imaginário coletivo como um selo falso. Um selo que se tornou um totem de autenticidade.
“Dê a si mesmo um visual de bad boy”A partir de 1993, JoyeStarr e Kool Shen a reformularam à sua maneira. Na capa de seu segundo álbum, "J'appui sur la gâchette", o selo preto e branco se transformou em "Suprême NTM Explicit Lyrics", uma referência provocativa ao sobrenome de Seine-Saint-Denis. Assim como "Fuck RATP Movement", cujo design original foi criado no início dos anos 1990 pelo grafiteiro Colt, membro do coletivo...
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